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Compreendendo as diferenças entre IFRS, US GAAP e BR GAAP na contabilidade

No mundo da contabilidade, existem diferentes conjuntos de normas e práticas contábeis utilizadas para preparar e apresentar demonstrações financeiras. Entre os mais amplamente adotados estão o IFRS (International Financial Reporting Standards), o US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles) e o BR GAAP (Princípios Contábeis Brasileiros). Embora todos eles tenham o objetivo de fornecer informações financeiras precisas e confiáveis, existem diferenças importantes entre eles. Neste artigo, exploraremos as principais diferenças entre esses padrões contábeis.



IFRS (International Financial Reporting Standards)

O IFRS é um conjunto de normas contábeis internacionais desenvolvidas e mantidas pelo International Accounting Standards Board (IASB). Ele é amplamente utilizado em muitos países ao redor do mundo, incluindo a União Europeia e várias nações da Ásia e América do Sul. O IFRS tem como objetivo fornecer um conjunto único e globalmente aceito de padrões contábeis, tornando as demonstrações financeiras comparáveis ​​e compreensíveis internacionalmente.


US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles)

O US GAAP é o conjunto de princípios contábeis amplamente aceito nos Estados Unidos. Ele é desenvolvido e mantido pela Financial Accounting Standards Board (FASB) e é obrigatório para todas as empresas de capital aberto nos EUA. O US GAAP é altamente detalhado e orientado para regras, com ênfase na conformidade regulatória. Ele fornece diretrizes específicas para praticamente todas as áreas da contabilidade, desde o reconhecimento de receitas até a mensuração de ativos e passivos.


BR GAAP (Princípios Contábeis Brasileiros)

No Brasil, o conjunto de princípios contábeis é conhecido como BR GAAP. Ele é baseado em uma mistura de normas internacionais, principalmente o IFRS, com algumas diferenças específicas para se adequar ao ambiente contábil brasileiro. O BR GAAP é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e é obrigatório para todas as empresas que operam no país. No entanto, empresas de capital aberto que possuem valores mobiliários negociados em bolsa também são obrigadas a conciliar suas demonstrações financeiras ao US GAAP.


Principais diferenças:

  1. Estrutura conceitual: O IFRS e o US GAAP têm estruturas conceituais semelhantes, enquanto o BR GAAP possui uma estrutura conceitual própria, adaptada às características do ambiente contábil brasileiro.

  2. Reconhecimento de receitas: O US GAAP e o IFRS adotam um modelo de cinco etapas para o reconhecimento de receitas, enquanto o BR GAAP segue uma abordagem mais prescritiva e detalhada.

  3. Mensuração de ativos e passivos: O IFRS e o US GAAP permitem o uso do valor justo na mensuração de ativos e passivos, enquanto o BR GAAP utiliza principalmente o custo histórico.

  4. Impairment: O IFRS e o US GAAP possuem regras específicas para a mensuração deperdas por desvalorização (impairment) de ativos, com base em testes de recuperabilidade. No BR GAAP, o impairment é determinado de acordo com regras específicas para cada tipo de ativo.

  5. Divulgações: Os requisitos de divulgação são mais extensos no IFRS e no US GAAP em comparação com o BR GAAP. Isso inclui informações sobre instrumentos financeiros, partes relacionadas, arrendamentos, entre outros tópicos.

  6. Arrendamentos: O IFRS e o US GAAP adotaram recentemente uma nova norma de arrendamentos, que exige o reconhecimento de arrendamentos operacionais no balanço patrimonial. O BR GAAP ainda não adotou essa mudança, mas existe a previsão de convergência em um futuro próximo.

Embora o IFRS, o US GAAP e o BR GAAP tenham o objetivo de fornecer informações financeiras precisas e confiáveis, existem diferenças importantes entre eles. Essas diferenças refletem as características e necessidades específicas de cada ambiente contábil. É essencial que as empresas que operam internacionalmente ou estão sujeitas a regulamentações específicas compreendam as nuances de cada conjunto de normas contábeis e sejam capazes de aplicá-las corretamente para garantir a conformidade e a transparência na apresentação de suas demonstrações financeiras.

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