
O Que o Empresário Precisa Saber Caso Venha a Demitir Alguém: Um Guia Prático
15 de ago de 2024
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Demitir um funcionário é uma tarefa delicada que exige atenção a uma série de procedimentos legais e financeiros. O empresário deve estar bem informado sobre os documentos necessários, o pagamento do FGTS, a multa rescisória de 40%, o aviso prévio, e os prazos de pagamento para evitar complicações jurídicas e garantir que o processo seja conduzido de maneira justa e eficiente. Este guia aborda esses aspectos fundamentais para auxiliar o empresário durante o processo de demissão.

Documentos Necessários
Quando ocorre uma demissão, é fundamental que o empregador tenha em mãos todos os documentos obrigatórios para formalizar o desligamento do empregado. Esses documentos incluem:
Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT): Documento que oficializa o encerramento do contrato de trabalho, detalhando todos os valores devidos ao empregado, como saldo de salário, férias proporcionais, 13º salário, entre outros.
Extrato do FGTS: Documento que comprova os depósitos realizados na conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do empregado ao longo do contrato de trabalho.
Guias para Liberação do FGTS: Em caso de demissão sem justa causa, o empregador deve fornecer ao empregado as guias necessárias para que ele possa sacar o FGTS e solicitar o seguro-desemprego, se for o caso.
Comunicação de Dispensa (eSocial): O empregador deve comunicar a dispensa ao eSocial, conforme a legislação vigente.
FGTS em Dia
O empregador é obrigado a realizar os depósitos mensais do FGTS na conta vinculada do empregado. Esses depósitos equivalem a 8% do salário do trabalhador e devem ser feitos até o dia 7 de cada mês, recentemente alterado para dia 20 de cada mês. No momento da demissão, é essencial que todos os depósitos estejam em dia. Se houver qualquer pendência, ela deve ser regularizada antes da homologação da rescisão contratual.
Multa de 40% Sobre o FGTS
No caso de demissão sem justa causa, o empregador é obrigado a pagar uma multa rescisória de 40% sobre o saldo total do FGTS acumulado durante o contrato de trabalho. Essa multa é devida ao empregado e deve ser depositada na conta do FGTS, juntamente com os valores rescisórios. O cálculo da multa deve ser feito com base no valor total existente na conta do FGTS no momento da demissão.
Aviso Prévio: Indenizado ou Trabalhado
O aviso prévio é uma comunicação formal de que o contrato de trabalho será encerrado. Ele pode ser trabalhado ou indenizado, dependendo da situação:
Aviso Prévio Trabalhado: Se o aviso prévio for trabalhado, o empregado continua a exercer suas funções por um período mínimo de 30 dias, recebendo o salário correspondente a esse período.
Aviso Prévio Indenizado: No caso do aviso prévio indenizado, o empregador paga ao empregado o valor correspondente aos 30 dias (ou mais, dependendo do tempo de serviço) sem que o empregado precise trabalhar durante esse período. O valor deve ser calculado com base no salário do empregado e pago junto com as verbas rescisórias.
Prazos de Pagamento
O cumprimento dos prazos de pagamento das verbas rescisórias é crucial para evitar penalidades e problemas legais. Os prazos variam de acordo com o tipo de aviso prévio:
Aviso Prévio Trabalhado: Se o empregado cumprir o aviso prévio trabalhando, as verbas rescisórias devem ser pagas até o primeiro dia útil após o término do contrato de trabalho.
Aviso Prévio Indenizado: Quando o aviso prévio é indenizado, o pagamento das verbas rescisórias deve ser feito em até 10 dias corridos a partir da data de demissão.
Os valores a serem pagos incluem o saldo de salário, férias vencidas e proporcionais, 13º salário proporcional, a multa de 40% sobre o FGTS, e o valor do aviso prévio, se for o caso.
A demissão de um funcionário envolve uma série de procedimentos legais e financeiros que o empresário deve seguir rigorosamente. Estar ciente dos documentos necessários, garantir que o FGTS esteja em dia, calcular e pagar corretamente a multa de 40%, escolher entre aviso prévio trabalhado ou indenizado, e respeitar os prazos de pagamento são passos fundamentais para evitar complicações. Ao conduzir o processo de maneira organizada e conforme a lei, o empresário garante um desligamento justo para ambas as partes e minimiza riscos de litígios futuros.